A
arte dos índios brasileiros
Graça
Proença
Na época do descobrimento, havia em nosso país
cerca de 5 milhões de índios. Hoje, esse número caiu para aproximadamente 200
000. Mas essa brutal redução numérica não é o único fator a causar espanto nos
pesquisadores de povos indígenas brasileiros. Assusta-os também a verificação
da constante ‑ e agora já acelerada ‑destruição das culturas que criaram,
através dos séculos, objetos de uma beleza dinâmica e alegre.
A Primeira questão que se coloca em relação à arte
indígena é defini-la ou caracterizá‑la entre as muitas atividades realizadas
pelos índios
Quando dizemos que um objeto indígena tem qualidades
artísticas, podemos estar lidando com conceitos que são próprios da nossa
civilização, mas estranhos ao índio. Para ele, o objeto precisa ser mais
perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria. Nessa perfeição para
além da finalidade é que se encontra a noção indígena de beleza. Desse modo, um
arco cerimonial emplumado, dos Bororo, ou um escudo cerimonial, dos Desanapodem
ser considerados criações artísticas porque são objetos cuja beleza resulta de
sua perfeita realização.
Outro aspecto importante a ressaltar: a arte
indígena é mais representativa das tradições da comunidade em que está inserida
do que da personalidade do indivíduo que a faz. É por isso que os estilos da
pintura corporal, do trançado e da cerâmica variam significativamente de uma
tribo para outra.
O
período pré-cabralino: a fase Marajoara e a cultura Santarém
A Ilha de Marajó foi habitada por vários povos
desde, provavelmente, 1100 a.C. De acordo com os progressos obtidos, esses
povos foram divididos em cinco fases arqueológicas. A fase Marajoara é a quarta
na seqüência da ocupação da ilha, mas é sem dúvida a que apresenta as criações
mais interessantes.
A
fase Marajoara
A produção mais característica desses povos foi a
cerâmica, cuja modelagem era tipicamente antropomorfa. Ela pode ser dividida
entre vasos de uso doméstico e vasos cerimoniais e funerários. Os primeiros são
mais simples e geralmente não apresentam a superfície decorada. Já os vasos
cerimoniais possuem uma decoração elaborada, resultante da pintura bicromática
ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em
relevo.
Dentre os outros objetos da cerâmica marajoara,
tais como bancos, colheres, apitos e adornos para orelhas e lábios, as
estatuetas representando seres humanos despertam um interesse especial, porque
levantam a questão da sua finalidade. Ou seja, os estudiosos discutem ainda se
eram objetos de adorno ou se tinham alguma função cerimonial. Essas estatuetas,
que podem ser decoradas ou não, reproduzem as formas humanas de maneira
estilizada, pois não há preocupação com uma imitação fiel da realidade. A fase
Marajoara conheceu um lento mas constante declínio e, em torno de 1350,
desapareceu, talvez expulsa ou absorvida por outros povos que chegaram à Ilha
de Marajó.
Cultura
Santarém
Não existem estudos dividindo em fases culturais os
povos que ao longo do tempo habitaram a região próxima à junção do Rio Tapajós
com o Amazonas, como foi feito em relação aos povos que ocuparam a Ilha de
Marajó. Todos os vestígios culturais encontrados ali foram considerados como
realização de um complexo cultural denominado "cultura Santarém".
A cerâmica santarena apresenta uma decoração
bastante complexa, pois além da pintura e dos desenhos, as peças apresentam
ornamentos em relevo com figuras de seres humanos ou animais.
Um dos recursos ornamentais da cerâmica santarena
que mais chama a atenção é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas que
apoiam a parte superior de um vaso.
Além de vasos, a cultura Santarém produziu ainda
cachimbos, cuja decoração por vezes já sugere a influência dos primeiros
colonizadores europeus, e estatuetas de formas variadas. Diferentemente das
estatuetas marajoaras, as da cultura Santarém apresentam maior realismo, pois
reproduzem mais fielmente os seres humanos ou animais que representam.
A cerâmica santarena refinadamente decorada com
elementos em relevo perdurou até a chegada dos colonizadores portugueses. Mas,
por volta do século XVII, os povos que a realizavam foram perdendo suas
peculiaridades culturais e sua produção acabou por desaparecer.
Apesar de terem existido muitas e diferentes
tribos, é possível identificar ainda hoje duas modalidades gerais de culturas
indígenas: a dos silvícolas, que vivem nas áreas florestais, e a dos
campineiros, que vivem nos cerrados e nas savanas. Os silvícolas têm uma
agricultura desenvolvida e diversificada que, associada às atividades de caça e
pesca, proporciona uma moradia fixa. Suas atividades de produção de objetos
para uso da tribo também são diversificadas e entre elas estão a cerâmica, a
tecelagem e o trançado de cestos e balaios. Já os campineiros têm uma cultura
menos complexa e uma agricultura menos variada que a dos silvícolas. Seus
artefatos tribais são menos diversificados, mas as esteiras e os cestos que
produzem estão entre os mais cuidadosamente trançados pelos indígenas.
É preciso não esquecer que tanto um grupo quanto
outro conta com uma ampla variedade de elementos naturais para realizar seus
objetos: madeiras, caroços, fibras, palmas, palhas, cipós, sementes, cocos,
resinas, couros, ossos, dentes, conchas, garras e belíssimas plumas das mais
diversas aves. Evidentemente, com um material tão variado, as possibilidades de
criação são muito amplas, como por exemplo, os barcos e os remos dos Karajá, os
objetos trançados dos Baniwa , as estacas de cavar e as pás de virar beiju dos
índios xinguanos.
A tendência indígena de fazer objetos bonitos para
usar na vida tribal pode ser apreciada principalmente na cerâmica, no trançado
e na tecelagem. Mas ao lado dessa produção de artefatos úteis, há dois aspectos
da arte índia que despertam um interesse especial. Trata‑se da arte plumária e
da pintura corporal, que veremos mais adiante.
A partir de uma matéria‑prima abundante, como
folhas, palmas, cipós, talas e fibras, os índios produzem
uma grande variedade de pe, cestos, abanos e redes .Da arte de trançar e tecer,
Darcy Ribeiro destaca especialmente algumas realizações indígenas como as
vestimentas e as máscaras de entrecasca, feitas pelos Tukuna e primorosamente
pintadas; as admiráveis redes ou maqueiras de fibra de tucum do Rio Negro; as
belíssimas vestes de algodão dos Paresi que também, lamentavelmente, só se
podem ver nos museus
As peças de cerâmica que se conservaram testemunham
muitos costumes dos diferentes povos índios e uma linguagem artística que ainda
nos impressiona. São assim, por exemplo, as urnas funerárias lavradas e
pintadas de Marajó, a cerâmica decorada com desenhos impressos por incisão dos
Kadiwéu, as panelas zoomórficas dos Waurá e as bonecas de cerâmica dos Karajá.
Esta é uma arte muito especial porque não está
associada a nenhum fim utilitário, mas apenas à pura busca
da beleza.
Existem dois grandes estilos na criação das peças
de plumas dos índios brasileiros. As tribos dos cerrados fazem trabalhos
majestosos e grandes, como os diademas dos índios Bororo ou os adornos de
corpo, dos Kayapó.
As tribos silvícolas como a dos Munduruku e dos
Kaapor fazem peças mais delicadas, sobre faixas de tecidos de algodão. Aqui, a
maior preocupação é com o colorido e a combinação dos matizes. As penas
geralmente são sobrepostas em camadas, como nas asas dos pássaros.Esse trabalho
exige uma cuidadosa execução
Para
os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato
produzido por um homem
comum, são a figura viva do ser sobrenatural que representam Elas são feitas
com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em
danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do Aruanã, entre os Karajá, quando
representam heróis que mantêm a ordem do mundo.
As cores mais usadas pelos índios para pintar seus
corpos são o vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do
suco do jenipapo e o branco da tabatinga. A escolha dessas cores é importante,
porque o gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao
corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas.
São os Kadiwéu que apresentam uma pintura corporal
mais elaborada Os primeiros registros dessa pintura datam de 1560, pois ela
impressionou fortemente o colonizados
e os viajantes europeus. Mais tarde foi analisada também por vários estudiosos,
entre os quais Lévi‑Strauss, antropólogo francês que esteve entre os índios
brasileiros em 1935.
De acordo com Lévi‑Strauss, "as pinturas do
rosto conferem, de início, ao indivíduo, sua dignidade de ser humano; elas
operam a passagem da natureza à cultura, do animal estúpido ao homem
civilizado. Em seguida, diferentes quanto ao estilo e à composição segundo as
castas, elas exprimem, numa sociedade complexa, a hierarquia dos status. Elas
possuem assim uma função sociológica."
Arte
Africana
A arte africana é um conjunto de manifestações
artísticas produzidas pelos povos da África subsaariana ao longo da história.
História
e características da arte africana
O continente africano acolhe uma grande variedade
de culturas, caracterizadas cada uma delas por um idioma próprio, tradições e
formas artísticas características. O deserto do Saara atuou e continua atuando
como uma barreira natural entre o norte da África e o resto do continente. Os
registros históricos e artísticos demonstram indícios que confirmam uma série
de influências entre as duas zonas. Estas trocas culturais foram facilitadas
pelas rotas de comércio que atravessam a África desde a antiguidade.
Podemos identificar atualmente, na região sul do
Saara, características da arte islâmica, assim como formas arquitetônicas de
influência norte-africana. Pesquisas arqueológicas demonstram uma forte
influência cultural e artística do Egito Antigo nas civilizações africanas do
sul do Saara.
A arte africana é um reflexo fiel das ricas
histórias, mitos, crenças e filosofia dos habitantes deste enorme continente. A
riqueza desta arte tem fornecido matéria-prima e inspiração para vários
movimentos artísticos contemporâneos da América e da Europa. Artistas do século
XX admiraram a importância da abstração e do naturalismo na arte africana.
A história da arte africana remonta o período
pré-histórico. As formas artísticas mais antigas são as pinturas e gravações em
pedra de Tassili e Ennedi, na região do Saara (6000 AC ao século I da nossa
era).
Outros exemplos da arte primitiva africana são as
esculturas modeladas em argila dos artistas da cultura Nok (norte da Nigéria),
feitas entre 500 AC e 200 DC. Destacam-se também os trabalhos decorativos de
bronze de Igbo-Ukwu (séculos IX e X) e as magníficas esculturas em bronze e
terracota de Ifé (do século XII al XV). Estas últimas mostram a habilidade
técnica e estão representadas de forma tão naturalista que, até pouco tempo
atrás, acreditava-se ter inspirações na arte da Grécia Antiga.
Os povos africanos faziam seus objetos de arte
utilizando diversos elementos da natureza. Faziam esculturas de marfim,
máscaras entalhadas em madeira e ornamentos em ouro e bronze. Os temas
retratados nas obras de arte remetem ao cotidiano, a religião e aos aspectos
naturais da região. Desta forma, esculpiam e pintavam mitos, animais da
floresta, cenas das tradições, personagens do cotidiano etc.
Chegada
ao Brasil
A arte africana chegou ao Brasil através dos
escravos, que foram trazidos para cá pelos portugueses durante os períodos
colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos
fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes
artísticos de uma magnífica arte afro-brasileira.
Consciência negra: valorizar a identidade
Aprenda
a valorizar a cultura negra em casa e na escola
O que é o Dia da Consciência Negra?
Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra homenageia e
resgata as negras raízes do povo brasileiro. Escolhido por coincidir com o dia
da morte de Zumbi dos
Palmares, ele é dedicado à reflexão sobre presença do negro na sociedade
brasileira. "O Dia da Consciência Negra sinaliza a ideia do marco, marca o
valor da conquista da liberdade deste grupo", explica Roseli Fischmann, da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade
Metodista, de São Bernardo do Campo, na região metropolitana da capital
paulista.
O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença desse grupo na história do Brasil - os negros correspondem a 6,8% da população brasileira segundo o IBGE, mas os chamados "pardos" chegam a um número próximo da metade da população brasileira. Não à toa, escolas e instituições diversas já reconhecem a importância de trabalhar a cultura negra em seu dia a dia.
Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsável pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado de forma transversal, em várias disciplinas", conclui. Estratégias simples, como a introdução de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforçar a identificação cultural dos alunos negros. "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo.
O dia da Consciência Negra também põe em pauta a importância de discutir a temática negra na escola. A inclusão de assuntos ligados à África e ao povo negro na educação formal é uma das estratégias para reconhecer a presença desse grupo na história do Brasil - os negros correspondem a 6,8% da população brasileira segundo o IBGE, mas os chamados "pardos" chegam a um número próximo da metade da população brasileira. Não à toa, escolas e instituições diversas já reconhecem a importância de trabalhar a cultura negra em seu dia a dia.
Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsável pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado de forma transversal, em várias disciplinas", conclui. Estratégias simples, como a introdução de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforçar a identificação cultural dos alunos negros. "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo.
MOVIMENTO
NEGRO
Uma das formas que as pessoas encontram para
fazerem valer os seus direitos é a organização da população em movimentos
sociais. Quando a população se organiza e cria diversas formas de reivindicar
os seus direitos como, por exemplo, exigir dos governantes mais escolas de
qualidade e melhores condições de vida, dizemos que a população está exercendo
a cidadania.
As populações negras e seus descendentes
tiveram que fazer isso para serem reconhecidos os seus direitos. Muitos são os
movimentos liderados por grupos presentes em toda a história do Brasil. Você
viu a revolta do Quilombo dos Palmares como exemplo da resistência negra contra
a escravidão.
O vinte de novembro, celebrado hoje como o
Dia Nacional da Consciência Negra, foi organizado pelo Movimento Negro
Unificado, em 1978. A data não foi escolhida ao acaso, e sim em homenagem a
Zumbi, líder maior do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra.
Como o Quilombo dos Palmares, centenas de
movimentos negros se espalharam pelo país. Desde as fugas para os quilombos e a
luta pela abolição da escravatura, até os dias de hoje, os movimentos negros ao
lado de outros movimentos sociais têm como objetivo lutar pela justiça social e
pelos direitos das populações discriminadas pela desigualdade.
Principais
Reivindicações:“Nós, membros da população negra brasileira, entendendo como negro
todo aquele que possui na cor da pele, no rosto ou nos cabelos sinais
característicos dessa raça, resolvemos juntar nossas forças e lutar por:
·
Defesa do povo negro em todos os aspectos políticos, econômicos,
sociais e culturais;
·
Maiores oportunidades de emprego;
·
Melhor assistência à saúde, à educação e à habitação;
·
Reavaliação do papel do negro na História do Brasil;
·
Valorização da cultura negra e combate sistemático à sua
comercialização, à folclorização e à distorção;
·
Extinção de todas as formas de perseguição, exploração, repressão
e violência a que somos submetidos;
·
Liberdade de organização e de expressão do povo negro.”
Graças aos movimentos negros, muita coisa já
mudou e várias conquistas sociais ocorreram nas comunidades negras. Entretanto,
a luta é difícil e precisa de muita organização para enfrentar aqueles que se
acham donos do poder e nele querem se perpetuar.
Entre as bandeiras dos movimentos negros,
está a questão da terra, da moradia, da escola e da conquista dos espaços nas
universidades, participação em cargos públicos e o reconhecimento do cidadão
negro.
Os movimentos negros veem no 13 de maio, data
da assinatura da Lei Áurea, uma farsa. A Lei Áurea tem esse nome por ser a mais
importante lei abolicionista na visão das elites. Esta Lei aboliu,
oficialmente, a escravidão, mas pode ser considerada uma farsa porque não
trouxe nenhuma proteção ao ex-escravo nem políticas públicas que lhe
possibilitassem condições de vida.
Por isso, os movimentos negros preferem
comemorar o dia 20 de novembro, considerado por eles como o Dia da Consciência
Negra. A abolição ainda é um sonho que está sendo conquistado todos os dias,
nas lutas e nos movimentos afro-brasileiros.
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