Caro aluno,
Nesta atividade
falaremos de algo extremamente importante para quem pretende adentrar o mundo do trabalho e nele permanecer
e se aprimorar continuamente: a crítica. A crítica é difícil e, em algumas
situações, até desagradável de dar ou receber, mas é imensamente útil. É
recebendo críticas que você amplia sua
consciência de como as outras pessoas percebem o que você está fazendo, modifca
as atitudes que parecem não dar certo e cresce com essa experiência; fazendo
uma crítica, podemos ajudar outra pessoa a fazer o mesmo.
O que torna a
crítica tão difícil de fazer ou receber é que ela geralmente proporciona a quem
a recebe um sentimento de vulnerabilidade e, por isso, as pessoas costumam ficar
na defensiva, o que leva aquele que critica a abordar a experiência com certo
receio.
Em um ambiente
organizacional, a crítica é uma ferramenta bastante utilizada para avaliação e
crescimento coletivo. Portanto, vocês precisam quebrar toda e qualquer
resistência com relação a fazer e receber críticas construtivas.
A CRÍTICA
Criterium,
em grego, significa separar, no sentido de escolher. Crítica também vem daí, ou
seja, significa fazer a seleção do que se conhece previamente. A crítica é
separar o que “serve” e o que “não serve” a partir de um determinado ponto de
vista.
Parece ser
consenso que a crítica é fundamental para orientar, motivar, reforçar comportamentos
e evitar passos pouco efetivos. Com a crítica, espera-se que o indivíduo possa
se orientar melhor para atingir os objetivos com os quais ele se envolve.
Podendo se valer
de diferentes fontes, a crítica está bastante disponível no ambiente organizacional.
As fontes podem
ser a própria pessoa (como objeto da autorreflexão), uma figura de autoridade
(como um gerente ou professor), os pares (dentro de uma equipe), os
subordinados (quando a pessoa exerce um papel de comando), um amigo, mas em
todas elas é preciso que a fonte seja identificada como digna de confiança para
que o feedback, o retorno favoreça a obtenção de efeitos consistentes. Seria
ingenuidade pensar que qualquer prática que envolva seres humanos pode ser
levada adiante de uma forma intensa e produtiva sem que exista uma relação de
reciprocidade entre quem oferece e quem recebe.
DIFICULDADES PARA A CRÍTICA
Poucas pessoas
gostam de dialogar sobre as próprias dificuldades. Os envolvidos muitas vezes
não são suficientemente autoconfiantes para lidar com críticas. A crítica pode
ser utilizada como instrumento de poder. A crítica pode ser deliberadamente
destrutiva, ao invés de construtiva.
Importante: a crítica não é sobre a pessoa,
e sim sobre um comportamento específico. Se o indivíduo se sentir criticado na
forma de ser, provavelmente, reagirá negativamente à crítica. Se, por outro
lado, perceber que é apenas uma ação/atitude/comportamento que está sendo
objeto do comentário, terá mais facilidade em ouvir.
1ª. ETAPA
Podemos iniciar
os trabalhos com o seguinte exercício:
“Você tem
trabalhado muito no planejamento de negócios para sua pequena empresa de design
gráfico. Sua sócia deveria estar fazendo isso com você, mas ela não tem
comparecido às reuniões que vocês dois tem marcado com a equipe, tampouco fez o
trabalho de pesquisa que disse que faria. Não é por falta de tempo, porque
vocês dois tem carga de trabalho equivalente. Sua sócia mostrou a mesma falta
de responsabilidade quando vocês estavam preparando uma proposta para seu
melhor cliente; em ambos os casos você acabou tendo que fazer tudo sozinho.”
Como você faria uma crítica
construtiva a esse comportamento, considerando os seguintes aspectos:
ANTES DE FAZER A CRÍTICA:
1.
Identifique o comportamento que você está
criticando;
2.
Identifique as consequências do comportamento
acima;
3.
Quais as mudanças que você gostaria que
ocorressem em situações futuras?
DURANTE o PROCESSO DA CRÍTICA:
1.
Que estratégias você utilizaria para deixar
claro que você não é o dono da verdade, mas está relatando apenas a sua
percepção do problema?
2.
Dê exemplos que ilustrem o comportamento que
está criticando;
3.
Dê uma compensação positiva, citando as coisas
boas que a sua sócia faz;
Para que ela não se sinta sozinha
e saiba que você está disponível para ajudá-la a superar essa situação, sugira
possíveis soluções;
1.
Deixe claro o resultado que tem em mente ao
fazer a crítica e os benefícios futuros caso a sua sócia concorde em mudar o
comportamento;
2.
Agora, releia o exercício que acabou de fazer.
Percebeu? O discurso já está pronto, é só praticar.
3.
Agora leiam a sua fala com a tal sócia.
2ª ETAPA:
Após a reflexão
e conclusão, vocês troquem de posição (figurativamente falando), para que
possam fazer o exercício de colocar-se no lugar do outro, de quem recebe uma
crítica.
Agora todos
passam a assumir o lugar da sócia que recebeu a crítica:
1.
Entre no processo sabendo que terá um desfecho
produtivo. O que você vai aprender com essa crítica?
2.
Assuma a responsabilidade pelos seus atos. Quais
os pontos de concordância com relação ao que o seu colega pontuou?
3.
Não caia na defensiva, se justificando. Ao invés
disso, identifique a sua dificuldade com clareza e sinceridade;
4.
Mostre que está disposto a mudar, assumindo os
compromissos que listar.
Após o
exercício, compartilhem e conversem sobre a atividade refletindo fundamentada
nos seguintes questionamentos:
1.
Qual dos dois lugares pareceu mais confortável:
o de quem faz ou o de quem recebe a crítica? Por quê?
2.
Quais as vantagens de quem faz a crítica? E os
riscos?
3.
Quais as vantagens de estar na posição de quem
recebe a crítica? Que riscos corre?
4.
Qual a importância de saber fazer e receber
críticas em um ambiente profissional?
5. Pensando
ainda no ambiente profissional, o que acontece com o relacionamento entre os
membros de uma equipe de trabalho quando
não há essa habilidade?
3ª ETAPA:
PRODUTO
Para encerrar esse
momento, vocês irão construir uma apresentação no computador, no formato que
escolherem, onde deverão esquematizar os passos necessários, os cuidados ao
se fazer uma
crítica construtiva e ao receber uma crítica de forma construtiva. Deverá
constar também a apresentação sobre a
importância disso para a empregabilidade.
O relacionamento
com colegas de trabalho nada mais é do que um casamento de características
pessoais e profissionais que, como outro qualquer, exige muita dedicação, flexibilidade
e força de vontade para fazer o relacionamento dar certo. Muitos profissionais
se esquecem de que as relações no ambiente de trabalho funcionam de forma muito
parecida com os relacionamentos afetivos e, por isso, podem enfrentar problemas
de incompatibilidade.
A diversidade
engrandece o ambiente, nos faz ir além, buscar mais, superar a nós mesmos. Ela
traz a soma de forças. Mas é preciso saber cultivá-la. Dentro de um contexto
diversificado, encontramos personalidades diferentes que, juntas, formam uma
personalidade maior: a empresa, cujo objetivo e meta devem estar em sintonia
com os objetivos pessoais.
Há quem diga que
a diferença entre dois profissionais não está no trabalho que desenvolvem, mas
sim, na dimensão que cada um dá ao seu trabalho. Dessa forma, seu networking
(rede de relacionamentos) e a inteligência emocional influenciarão diretamente
a busca do sucesso.
Algumas
características que, como num casamento afetivo, devem existir na relação profissional
entre chefe e subordinado e entre seus pares:
1.
Entusiasmo.
Uma pessoa feliz e simpática, com paixão pelo que faz, transmite isso aos
colegas e torna-se uma grande companhia. Contagia as pessoas com seu otimismo e
influencia o outro a agir da mesma forma, trazendo mais resultados concretos
para a empresa.
2.
Autoconsciência.
É preciso conhecer-se bem e conhecer o outro, entender as suas razões e
emoções, para poder identificá-las nos outros e lidar com elas de forma
positiva.
3.
Atitude
positiva. Acreditar no que você
faz é meio caminho andado para o sucesso. Quem tem energia positiva faz as
coisas acontecerem e não se deixa desmotivar por pequenas adversidades.
4.
Comprometimento
e lealdade. Você tem que ter admiração pela empresa e pelo companheiro
de trabalho, caso contrário a parceria não funciona. Comprometimento significa
conhecer a fundo o negócio da empresa, o departamento, o chefe e sua forma de
trabalho, podendo auxiliá-lo de forma proativa e com iniciativa, pensando no
impensado e fazendo antes que algo seja dito. Assim como num casamento, este
item é crucial para a formação de uma base sólida para o relacionamento.
5.
Atenção
aos detalhes. Todo profissional deve ser detalhista e prover o chefe
com o maior número de informações possíveis. A relação fi
ca
melhor quando este pode dar, em troca, informações significativas para uma
atuação mais participativa e assertiva de sua equipe.
6.
Discrição
e confiabilidade. Para haver transparência é necessário que haja
confiança, de ambos os lados, de que tudo que é discutido no escritório é confidencial
e diz respeito apenas a quem está envolvido no projeto/processo.
7.
Comunicação
aberta. Um canal de comunicação sincero, honesto, objetivo e claro é fundamental
para qualquer relacionamento, especialmente o profissional cujo tempo significa
negócios e dinheiro.
8.
Humildade.
Saber ouvir, saber pedir ajuda e saber reconhecer seus próprios erros.
9.
Serenidade.
Para enfrentar períodos de estresse e tensão, de grande volume de trabalho e
sobrecarga emocional em função de prazos e importância dos projetos.
O relacionamento profissional exige um grande
investimento de tempo e energia, focando a sintonia para criar uma parceria de
sucesso, que nada mais é do que um casamento feliz! E você já viu melhores resultados
do que aqueles criados por um casamento feliz?
ÉTICA – o
comportamento coerente diante das atividades e dos relacionamentos entre as
pessoas, permitindo o equilíbrio, o sucesso. Essa é a obrigação do ser
consciente.
AUTOAVALIAÇÃO:
1.
Como tenho me comportado ao fazer críticas?
2.
Como tenho acolhido as críticas que me são
feitas?
3.
Tenho assumido o compromisso de crescimento e
produtividade a partir das críticas?
4.
Que marca tenho deixado nos meus relacionamentos
profissionais como referência do meu trabalho?
5.
Tenho consciência de que o conhecimento é uma
forma de poder e que deve ser usado com discernimento a serviço do bem
coletivo?
Fonte: Empregabilidade, Tecnologia e Inglês para
Jovens: Guia de Apoio
Didático. Recife: Instituto Empreender, 2009.
Professora : Ana Patrícia Gadelha da Costa Silva