quinta-feira, 10 de maio de 2012

1ª. Apostila de PE – 2ª. Unidade - 3os. Anos


Caro aluno,
Nesta atividade falaremos de algo extremamente importante para quem pretende  adentrar o mundo do trabalho e nele permanecer e se aprimorar continuamente: a crítica. A crítica é difícil e, em algumas situações, até desagradável de dar ou receber, mas é imensamente útil. É recebendo  críticas que você amplia sua consciência de como as outras pessoas percebem o que você está fazendo, modifca as atitudes que parecem não dar certo e cresce com essa experiência; fazendo uma crítica, podemos ajudar outra pessoa a fazer o mesmo.
O que torna a crítica tão difícil de fazer ou receber é que ela geralmente proporciona a quem a recebe um sentimento de vulnerabilidade e, por isso, as pessoas costumam ficar na defensiva, o que leva aquele que critica a abordar a experiência com certo receio.
Em um ambiente organizacional, a crítica é uma ferramenta bastante utilizada para avaliação e crescimento coletivo. Portanto, vocês precisam quebrar toda e qualquer resistência com relação a fazer e receber críticas construtivas.
A CRÍTICA
Criterium, em grego, significa separar, no sentido de escolher. Crítica também vem daí, ou seja, significa fazer a seleção do que se conhece previamente. A crítica é separar o que “serve” e o que “não serve” a partir de um determinado ponto de vista.
Parece ser consenso que a crítica é fundamental para orientar, motivar, reforçar comportamentos e evitar passos pouco efetivos. Com a crítica, espera-se que o indivíduo possa se orientar melhor para atingir os objetivos com os quais ele se envolve.
Podendo se valer de diferentes fontes, a crítica está bastante disponível no ambiente organizacional.
As fontes podem ser a própria pessoa (como objeto da autorreflexão), uma figura de autoridade (como um gerente ou professor), os pares (dentro de uma equipe), os subordinados (quando a pessoa exerce um papel de comando), um amigo, mas em todas elas é preciso que a fonte seja identificada como digna de confiança para que o feedback, o retorno favoreça a obtenção de efeitos consistentes. Seria ingenuidade pensar que qualquer prática que envolva seres humanos pode ser levada adiante de uma forma intensa e produtiva sem que exista uma relação de reciprocidade entre quem oferece e quem recebe.
DIFICULDADES PARA A CRÍTICA
Poucas pessoas gostam de dialogar sobre as próprias dificuldades. Os envolvidos muitas vezes não são suficientemente autoconfiantes para lidar com críticas. A crítica pode ser utilizada como instrumento de poder. A crítica pode ser deliberadamente destrutiva, ao invés de construtiva.
Importante: a crítica não é sobre a pessoa, e sim sobre um comportamento específico. Se o indivíduo se sentir criticado na forma de ser, provavelmente, reagirá negativamente à crítica. Se, por outro lado, perceber que é apenas uma ação/atitude/comportamento que está sendo objeto do comentário, terá mais facilidade em ouvir.
1ª. ETAPA
Podemos iniciar os trabalhos com o seguinte exercício:
“Você tem trabalhado muito no planejamento de negócios para sua pequena empresa de design gráfico. Sua sócia deveria estar fazendo isso com você, mas ela não tem comparecido às reuniões que vocês dois tem marcado com a equipe, tampouco fez o trabalho de pesquisa que disse que faria. Não é por falta de tempo, porque vocês dois tem carga de trabalho equivalente. Sua sócia mostrou a mesma falta de responsabilidade quando vocês estavam preparando uma proposta para seu melhor cliente; em ambos os casos você acabou tendo que fazer tudo sozinho.”
Como você faria uma crítica construtiva a esse comportamento, considerando os seguintes aspectos:
ANTES DE FAZER A CRÍTICA:
1.       Identifique o comportamento que você está criticando;
2.       Identifique as consequências do comportamento acima;
3.       Quais as mudanças que você gostaria que ocorressem em situações futuras?
DURANTE o PROCESSO DA CRÍTICA:
1.       Que estratégias você utilizaria para deixar claro que você não é o dono da verdade, mas está relatando apenas a sua percepção do problema?
2.       Dê exemplos que ilustrem o comportamento que está criticando;
3.       Dê uma compensação positiva, citando as coisas boas que a sua sócia faz;
Para que ela não se sinta sozinha e saiba que você está disponível para ajudá-la a superar essa situação, sugira possíveis soluções;
1.       Deixe claro o resultado que tem em mente ao fazer a crítica e os benefícios futuros caso a sua sócia concorde em mudar o comportamento;
2.       Agora, releia o exercício que acabou de fazer. Percebeu? O discurso já está pronto, é só praticar.
3.       Agora leiam a sua fala com a tal sócia.
2ª ETAPA:
Após a reflexão e conclusão, vocês troquem de posição (figurativamente falando), para que possam fazer o exercício de colocar-se no lugar do outro, de quem recebe uma crítica.
Agora todos passam a assumir o lugar da sócia que recebeu a crítica:
1.       Entre no processo sabendo que terá um desfecho produtivo. O que você vai aprender com essa crítica?
2.       Assuma a responsabilidade pelos seus atos. Quais os pontos de concordância com relação ao que o seu colega pontuou?
3.       Não caia na defensiva, se justificando. Ao invés disso, identifique a sua dificuldade com clareza e sinceridade;
4.       Mostre que está disposto a mudar, assumindo os compromissos que listar.
Após o exercício, compartilhem e conversem sobre a atividade refletindo fundamentada nos seguintes questionamentos:
1.       Qual dos dois lugares pareceu mais confortável: o de quem faz ou o de quem recebe a crítica? Por quê?         
2.       Quais as vantagens de quem faz a crítica? E os riscos?
3.       Quais as vantagens de estar na posição de quem recebe a crítica? Que riscos corre?   
4.       Qual a importância de saber fazer e receber críticas em um ambiente profissional?
5.       Pensando ainda no ambiente profissional, o que acontece com o relacionamento entre os membros  de uma equipe de trabalho quando não há essa habilidade?
3ª ETAPA:
PRODUTO
Para encerrar esse momento, vocês irão construir uma apresentação no computador, no formato que escolherem, onde deverão esquematizar os passos necessários, os cuidados ao
se fazer uma crítica construtiva e ao receber uma crítica de forma construtiva. Deverá constar também a apresentação sobre  a importância disso para a empregabilidade.
O relacionamento com colegas de trabalho nada mais é do que um casamento de características pessoais e profissionais que, como outro qualquer, exige muita dedicação, flexibilidade e força de vontade para fazer o relacionamento dar certo. Muitos profissionais se esquecem de que as relações no ambiente de trabalho funcionam de forma muito parecida com os relacionamentos afetivos e, por isso, podem enfrentar problemas de incompatibilidade.
A diversidade engrandece o ambiente, nos faz ir além, buscar mais, superar a nós mesmos. Ela traz a soma de forças. Mas é preciso saber cultivá-la. Dentro de um contexto diversificado, encontramos personalidades diferentes que, juntas, formam uma personalidade maior: a empresa, cujo objetivo e meta devem estar em sintonia com os objetivos pessoais.
Há quem diga que a diferença entre dois profissionais não está no trabalho que desenvolvem, mas sim, na dimensão que cada um dá ao seu trabalho. Dessa forma, seu networking (rede de relacionamentos) e a inteligência emocional influenciarão diretamente a busca do sucesso.
Algumas características que, como num casamento afetivo, devem existir na relação profissional entre chefe e subordinado e entre seus pares:
1.       Entusiasmo. Uma pessoa feliz e simpática, com paixão pelo que faz, transmite isso aos colegas e torna-se uma grande companhia. Contagia as pessoas com seu otimismo e influencia o outro a agir da mesma forma, trazendo mais resultados concretos para a empresa.
2.       Autoconsciência. É preciso conhecer-se bem e conhecer o outro, entender as suas razões e emoções, para poder identificá-las nos outros e lidar com elas de forma positiva.
3.       Atitude positiva.  Acreditar no que você faz é meio caminho andado para o sucesso. Quem tem energia positiva faz as coisas acontecerem e não se deixa desmotivar por pequenas adversidades.
4.       Comprometimento e lealdade. Você tem que ter admiração pela empresa e pelo companheiro de trabalho, caso contrário a parceria não funciona. Comprometimento significa conhecer a fundo o negócio da empresa, o departamento, o chefe e sua forma de trabalho, podendo auxiliá-lo de forma proativa e com iniciativa, pensando no impensado e fazendo antes que algo seja dito. Assim como num casamento, este item é crucial para a formação de uma base sólida para o relacionamento.
5.       Atenção aos detalhes. Todo profissional deve ser detalhista e prover o chefe com o maior número de informações possíveis. A relação fica melhor quando este pode dar, em troca, informações significativas para uma atuação mais participativa e assertiva de sua equipe.
6.       Discrição e confiabilidade. Para haver transparência é necessário que haja confiança, de ambos os lados, de que tudo que é discutido no escritório é confidencial e diz respeito apenas a quem está envolvido no projeto/processo.  
7.       Comunicação aberta. Um canal de comunicação sincero, honesto, objetivo e claro é fundamental para qualquer relacionamento, especialmente o profissional cujo tempo significa negócios e dinheiro.
8.       Humildade. Saber ouvir, saber pedir ajuda e saber reconhecer seus próprios erros.
9.       Serenidade. Para enfrentar períodos de estresse e tensão, de grande volume de trabalho e sobrecarga emocional em função de prazos e importância dos projetos.
 O relacionamento profissional exige um grande investimento de tempo e energia, focando a sintonia para criar uma parceria de sucesso, que nada mais é do que um casamento feliz! E você já viu melhores resultados do que aqueles criados por um casamento feliz?
ÉTICA – o comportamento coerente diante das atividades e dos relacionamentos entre as pessoas, permitindo o equilíbrio, o sucesso. Essa é a obrigação do ser consciente.
AUTOAVALIAÇÃO:
1.       Como tenho me comportado ao fazer críticas?
2.       Como tenho acolhido as críticas que me são feitas?
3.       Tenho assumido o compromisso de crescimento e produtividade a partir das críticas?
4.       Que marca tenho deixado nos meus relacionamentos profissionais como referência do meu trabalho?
5.       Tenho consciência de que o conhecimento é uma forma de poder e que deve ser usado com discernimento a serviço do bem coletivo?

Fonte:  Empregabilidade, Tecnologia e Inglês para Jovens: Guia de Apoio
Didático. Recife: Instituto Empreender, 2009.
Professora : Ana Patrícia Gadelha da Costa Silva

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